Por Fidel Forato...
No mundo todo, são cerca de 38 milhões de pessoas infectadas
com HIV, vírus responsável pela Aids, segundo o último relatório
da UNAIDS. Para essas pessoas, a terapia anti-retroviral é um dos melhores
tratamentos disponíveis, já que ela mantém o HIV em níveis indetectáveis no
sangue, mesmo que não o elimine por completo. Agora, cientistas
norte-americanos podem ter feito uma descoberta capaz de revolucionar esses
tratamentos.
Durante a terapia, que é contínua (e para a vida toda), o
vírus continua presente em alguns tipos de linfócitos — células de defesa do
organismo que pertencem ao grupo dos glóbulos brancos —, em estado de
latência ou repouso. Em outras palavras, o vírus permanece no
organismo, mas sem provocar manifestações clínicas.
No mundo todo, são cerca de 38 milhões de pessoas infectadas
com HIV, vírus responsável pela Aids, segundo o último relatório
da UNAIDS. Para essas pessoas, a terapia anti-retroviral é um dos melhores
tratamentos disponíveis, já que ela mantém o HIV em níveis indetectáveis no
sangue, mesmo que não o elimine por completo. Agora, cientistas
norte-americanos podem ter feito uma descoberta capaz de revolucionar esses
tratamentos.
Durante a terapia, que é contínua (e para a vida toda), o
vírus continua presente em alguns tipos de linfócitos — células de defesa do
organismo que pertencem ao grupo dos glóbulos brancos —, em estado de
latência ou repouso. Em outras palavras, o vírus permanece no
organismo, mas sem provocar manifestações clínicas.
Lupa para detectar o HIV
Cientistas da Universidade da Carolina do Norte e da
Universidade Emory, ambas nos Estados Unidos, usaram um novo composto, chamado
de AZD5582, para ativar os linfócitos, que estão infectados latentemente, no
sangue e em outros tecidos do corpo humano, permitindo sua identificação. É
como se a substância fosse capaz de identificar e sinalizar o esconderijo do
HIV.
O co-autor do artigo publicado na Nature e
professor de medicina na UNC, J. Victor Garcia explica
que "anteriormente, ninguém havia testado com sucesso uma molécula de
reversão de latência diretamente em humanos ou em um modelo animal com
células humanas, demonstrando indução sistêmica do HIV no sangue periférico, em
células T CD4 + [os linfócitos] em repouso de múltiplos tecidos."
Para Ann Chahroudi, professora associada de pediatria UE e
co-autora do estudo, "esta é uma conquista científica emocionante, e
esperamos que este seja um passo importante para um dia erradicar o vírus em
pessoas vivendo com HIV."
A questão é que, por vários anos, os cientistas buscaram por
agentes que revertessem a latência dessas células. Assim, o HIV se tornaria
visível para o sistema imunológico e ele poderia enviar uma resposta
imune e antiviral que eliminasse as células infectadas.
Já o co-autor e diretor do HIV Cure at ViiV Healthcare,
Richard Dunham, explica que "estamos empolgados por termos agora, pela
primeira vez, uma ferramenta simples e tratável para testar a hipótese de longa
data de que a ativação do HIV latente pode expor o reservatório viral à
depuração."
Fase de testes
A primeira parte dos testes foi realizada na Faculdade de Medicina
da UNC com camundongos, com os mesmos tipos de linfócitos infectados por
HIV presentes em humanos, introduzidos nas cobaias. Durante os testes, foi
documentado aumentos no RNA viral no sangue e em quase todos os tecidos
dos roedores, incluindo linfonodos, medula óssea, fígado, pulmão e cérebro. Em
alguns casos, inclusive, o aumento do RNA viral foi superior a 20 vezes.
Na segunda etapa, essa mesma pesquisa foi feita pela
Universidade Emory, só que em macacos rhesus com células infectadas com o vírus
da imunodeficiência símia (SIV), onde foram obtidos os mesmos resultados de
aumento do RNA viral.
Próximos passos
O estudo norte-americano mostra que o HIV pode ser retirado do
"esconderijo", o que abre uma série de possibilidades para o desenvolvimento
de novas terapias que um dia podem levar à cura do HIV.
Embora ainda não esteja claro se a estratégia possa ser
reproduzida em seres humanos, esse resultado abre novas maneiras de entender
como o HIV é controlado e como sua expressão pode ser manipulada. O grupo
de pesquisadores busca iniciar os primeiros estudos com humanos, em segurança,
em 2021.
Fonte: Science Daily via Nature
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